A intervenção nutricional nos doentes com doenças pulmonares difusas tem por objetivo, fundamentalmente, prevenir ou reverter as situações de caquexia e minimizar os efeitos secundários dos tratamentos, que contribuem para a caquexia e, por vezes, para o abandono da terapêutica.
A prevalência de obesidade no início da doença é elevada, e é relativamente baixa a de caquexia. No entanto, é frequente a perda de massa muscular (sarcopenia) nos doentes com fibrose pulmonar estar disfarçada por um peso normal ou excessivo. A perda de massa muscular tem um impacto negativo no prognóstico, acelerando o declínio da função respiratória, que por sua vez aumenta o risco de emagrecimento.
Esta perda de peso e de massa muscular pode dever-se a vários fatores, como a inflamação crónica, o stress oxidativo e, claro, uma ingestão alimentar reduzida.
Por isso, é fundamental que o estado nutricional dos doentes seja avaliado regularmente, e que seja elaborado um plano alimentar adequado às suas necessidades nutricionais, bem como à presença de sintomas que interfiram com a alimentação ou absorção dos nutrientes, a composição corporal, parâmetros analíticos e testes de capacidade física.
A adoção de uma alimentação saudável tem um impacto positivo no curso da doença, previne as agudizações, melhora a tolerância ao tratamento, reduz o tempo de internamento e melhora a qualidade de vida.
Assim, é importante, como doente ou cuidador de um doente com Doença Pulmonar Difusa:
– vigiar o peso regularmente;
– detetar alteração do apetite ou diminuição da ingestão alimentar;
– reportar à equipa de saúde algum dos sintomas secundários ao tratamento e que podem afectar o seu estado nutricional (falta de apetite, náuseas, vómitos, azia, diarreia).
As recomendações gerais visam a inclusão de todos os alimentos com benefícios nutricionais (aminoácidos, ácidos gordos polinsaturados, vitaminas e minerais, fibra alimentar, hidratos de carbono complexos) e a amenização dos sintomas mais frequentes: